terça-feira, março 4

Tango

Aquele vestido preto que roçava contra tua blusa branca, tão alva.
As pernas que se entrelaçam e a meia arrastão que lhe aguça, lhe tenta e embriaga.
Belas pernas que nele se entrelaçam se perdem se fazem de entendidas, do entregar-se a música, ao corpo a calidez, à rosa rubra de teu cabelo... a mesma rosa que se esconde na cor dos teus lábios. Cabelos ajeitados, lisos negros ou encaracolados, assim tão vivos quanto a boca se faz.
O decote que inflama a vontade, olhos nos olhos assim, seriedade. Desejo, movimento e sensualidade. No corpo que gira, que confunde, os passos da dança, os tracejar de teus olhos sobre a silhueta. As mãos sobre a cintura, o pescoço e o busto.. se perdem naquele corpo tão justo, no vestido que fala por si só. O salto finíssimo, se enrosca ao outro, os pés que se fincam, se findam ao chão. Rosto com rosto, pele alma corpo e coração.
Juntos são um, tango sintonia e coração.

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