segunda-feira, abril 28

Contemplando - No quarto das estrelas.

Das frestas da janela, vi o sol aos poucos nascer. Você envolto em mim novamente, e eu daqui sem sequer saber o que fazer. Deitado no meu ombro, dormindo com a paz em teus cílios e coberto por um lençol branco, que me tomara a madrugada onde nem percebi. Tentei dormir a noite toda, mas foi em vão meu querer, e através da noite me fiz tua fiel expectadora, sem você saber do palco que teu ser me fez. A todo instante via teu rosto dizer-me para acreditar, e era real aquilo tudo, pois não dormir era tornar tudo aquilo único.
Te ninei sem saber, cantei canções baixinho. Acariciei teu cabelo fino e macio, realmente não tive qualquer medo, não me importava mais nada em exatos instantes, a não ser o que me aflorava o sorrir da boca e o calar, para não adiar o silêncio... tão gostoso.
A noite eu olhava para as estrelas no céu pintado, no céu de estrelas florescentes. No céu e nas paredes, elas se estendiam por todos os lados. Talvez a Lua não quisera se mostrar em teto, mas seu brilho já reluzia a janela, insistente. Meus pés eram alvo desse tocar, e os dedos diziam sim para essa interação. Enquanto os pés se beijavam, nas costas um abraço e da concha a mais linda uma pérola se fez, outra vez entorpecido abraço. Quando uma concha se forma, dentro dela brilha uma pérola chamada carinho, que adorna os sonhos dos envoltos. E enquanto o portal dos mares e céus se abriam, tuas portas me diziam que entrasse. Você de pura e boa vontade, me pediu que ali residisse por um tempo ocioso, e enfim fiquei enquanto pude, vivi e resisti ao quebrar dos mares. Mas nada me era mais bonito e saudoso, do que eu de lá, sem me mover... sequer sabendo o que fazer.

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