sexta-feira, abril 25

Fábulas

Sempre ouvia quando menina que os corações eram puros, que os desejos eram fatais e os amores eternos. O final feliz acontecia, mulher nada sequer fazia e filhos era o que toda mulher queria.
Me contavam sobre grandes heróis de honra e igualdade, paz e sinceridade, o bem que vencia o mal... e o tirano que não morria pelas mãos do mocinho mas sobre um trágico destino, contrário a ele.
Reis eram adorados e responsáveis, a família era o único laço bondoso, o amor era puro e sincero não havia dor, mágoa ou desgosto.
Os campos eram sempre verdes, os cavalos alados, os tapetes voavam pelos céus, e até as borboletas falavam... coelhos atrasados as lagostas dançantes, abóboras viravam carroças e vagabundos conseguiam o amor de uma bela dama.
Eu ouvia tanto sobre esse mundo perfeito, e me prepararam para viver sobre ele, depois eu me dei conta que eu sequer sabia da existência do mundo em que vivemos... e se as fábulas estão todas erradas, ou se, eu não pude acreditar o bastante em tudo isso. E enfim vi que a vida nada me diz sobre fábulas, ela me conta aos poucos o que devo saber, e por muitas ela nada me diz, não me traz verdades fabulosas, das quais tanto esperei por meus anos atrás... todos esses anos que ficaram pra trás. Todos eles.

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