sábado, fevereiro 23

11%, 12% e o terceiro? Não importa mais.

Mãos sobre o vento, ela sabe realmente o que faz. Desconversa sobre o plano alheio e sai de fininho,à francesa, como sempre faz.
Com a cara cheia de muita coisa, mas de coisa alguma ao mesmo tempo. Incrível? Pois bem, ela é astuta o bastante. Antes de sair de fininho, olhou as estrelas lindas naquela noite, e a lua? Meu Deus a lua!! Achava um absurdo, sobre sua cabeça ela, ela que por meses lhe fez respirar mais fundo, - putz..- e quão fundo precisava-se respirar..
Enfim, voltando a sua retirada de fininho. Mãos sobre o vento, sobre o nada que realmente era o que lhe cercava, além dos risos e da conversa em demasia. Braços abertos o bastante, receptivos, amigos. Subiu por tropeços, o corrimão lhe fazia juz ao nome, por onde suas mãos brincavam de se soltar, por segundos. Por pouco não caiu, os degraus pareciam infinitos.
Lá em cima finalmente, esquece por segundos onde é o banheiro mas, logo acerta. Adentra o amigo, diz "Olá" para os shampoos, sabonetes e o seu amado e furtivo amigo, o chuveiro. Fecha a porta rindo, risadinha descarada de quem não quer ser descoberto e de fininho ri, sorri e fecha a tranca, maldita tranca que balança.
Pequeno amigo, um box a frente tudo disposto como qualquer outro. Mas ele é diferente! Gira como o mundo faz, gira em torno de si, que maravilha! Pensa. Depois de descobrir a maravilha moderna dos banheiros que giram, enxerga shampoos que requebram, isso é loucura.. Maravilha! tenho um mundo só meu, aqui, bem aqui... loucura.. isso.. é loucura!!
Depois de se enturmar, se olha no espelho. Vira o rosto como cachorro que não entende o que você fala e solta um beijo malicioso. É descoberta sua paixão, enfim.
Senta sobre o assento, da privada óbvio. Coloca os cotovelos nas pernas e as mãos no queixo, as pernas se esticam e os dedinhos dos pés só tocam a pontinha, para que alcance o rosto assim.
A porta não se move, ela não gosta de conversa, é reservada. Assim pensou.
Depois que o sono lhe tomou,esse sim o vilão da história. Nem onze,doze, ou sei lá quanto mais nessa porcentagem poderia assim, lhe consumir por completo.
Decide sair do seu trono, o chão lhe pareceu uma cama, subitamente. Nele se deita, como quando veio ao mundo, nua não, simplesmente em posição fetal. Seu cabelo se espalha pelo azulejo, as costas tocam a parede de florzinhas e os olhos decaídos vêem o movimento do seu mundinho circular. Pensa em dormir, mas é pura loucura. Disse que ia tomar um banho e voltava já, esse já se torna amanhã, será? Quando vê já adormeceu.
Mas alguém bateu à porta, era ela, ela! Não, não a Lua.. mas aquela que quase lua é! Lhe pergunta se está tudo bem, e sim está, responde. Ela sai rápido, desce as escadas e volta para os risos. E daqui, a outra ela,devolta ao chão, que agora não no seu nível está, enfim resolve tomar banho. Rápido, como se sua vida estivesse acabando e o banho fosse uma necessidade não aliada ao seu tempo. Logo se enxuga, coloca a toalha no lugar correto pega sua mochila roxa e desce.
Desce?! Desce... trepidando como uma britadeira, porém desce.
Lá, já não sente mais vontade de rir, só apenas, dormir. Vê um sofá e se enturma com ele, conversa em sua mente e cochila logo em seguida. Pensa naqueles que a esperavam, mas pensa em si, em primeiro lugar. Agora em outro mundinho, onde com a lua sonha, ahhh lua.. que saudade da lua, que saudade.. saudade grande..

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