sexta-feira, fevereiro 15

Antes, durante e depois.

Começa com um olhar, um "Olá" que depois se torna "Alô". Tudo é novo, diferente e entusiasmante, de forma que, se entrelacem dúvidas e a sua exaustiva tentativa de acabar com ela.
Depois de apresentados, requisitados, saem juntos para algum lugar comum, cinema,shopping ou barzinho. Falam de seus gostos, seus hobbies dos amigos em comum e da baladinha do final de semana. Há sempre um que se empolga mais com a presença do outro, apesar de afoito serem os dois, constantemente. Dias se vão, semanas e agora enfim, meses! Nossa, como rápido é esse tempo.
Cada um com seu joguinho, mas o que todos nós sabemos, - finja que não gosta que o outro se apaixona - sempre. O clichê mais certo que existe na contemporaneidade.
Depois de se conhecerem ( um pouco), dão vasão ao gostar que tanto dizem, gostam, mas gostam tanto que não aguentam não gostar do outro, é insuportável não te-lo. Agora sim, namoram.
Durante é simples ou não tão simples?. Conhecer a família, sair nos finais de semana, comer comer e comer enfim. Casais que saem juntos, amigos que enchem o saco e a mente de um ou do outro de abobrinhas, os olhares para terceiros que incomodam e os colegas em demasia "coleguismo" demais. Os parentes que se metem e o dia-a-dia que sufoca e chateia, a faculdade que dá ciúme o trabalho até mais tarde.. dúvidas,egoísmo e incompreensão. Ufa! difícil esse tal de relacionamento..
Depois, só há fração. Fração de algo que se dividiu por outro motivo, inerente à si mesmo. E a desculpa é que se separaram por incompatibilidade de personalidade, ciúme demais, traição, possível traição, possessividade, mentiras (grandes ou pequenas, que no fim se tornam a mesma coisa), alguém que dá palpite demais ou de menos, alguém que não era tão gostosa(o),bonito(a), inteligente o suficiente ou esportiva o bastante, alguém que não lhe deu atenção o suficiente, que te ligou vezes demais num mesmo dia, que te deixou ir numa balada sozinho, que não te deixou ir na baladinha sozinho. Aquele que é amigo dos seus amigos ou os detesta demais para aturá-los.
O depois é sempre em seu primeiro momento, culpar o outro. No segundo momento, o pensamento de como seria "se", como se o "se" - infame discurso - existisse.
E por último, ou joga sua vida a uma nova empreitada ou dá uns amassos naquele(a) "ex que não lhe deixa em paz", como sempre dizem por aí.
O depois é gostoso de ouvir, massageia o ego. Eu ainda te amo é a frase mais comum, volta pra mim é a segunda mais comum e sabe a terceira? Eu jamais vou deixar de te amar! Desesperador, não?
Não quanto dispomos a ser, se o antes fosse menos afoito o durante fosse mais compreensão o depois simplesmente não existiria, pois enfim seriamos pessoas mediadoras das nossas vidas, inclusive em conjunto à outro ser, tão complicado quanto nós mesmos. Fácil de falar né? Difícil é ser mediador de si mesmo, depois tranquilizar a vida a dois é um passo.
Se não fôssemos tão egoístas, egocêntricos e egotudoqueexistir, poderíamos assim compreender a vida a dois, e vive-la, quem sabe.

Em analogia:
Se a gente näo tivesse feito tanta coisa
Se näo tivesse dito tanta coisa
Se näo tivesse inventado tanto
Podia ter vivido um amor grand' hotel
Se a gente näo dissesse tudo täo depressa
Se näo fizesse tudo täo depressa
Se näo tivesse exagerado a dose
Podia ter vivido um grande amor
Um dia um caminhäo atropelou a paixäo
Sem teus carinhos e tua atençäo
O nosso amor se transformou em "bom dia"
Qual o segredo da felicidade
Será preciso ficar só pra se viver
Qual o sentido da realidade
Será preciso ficar só pra se viver
Ficar só.. só pra se viver.

Kid Abelha - Grand Hotel

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