domingo, fevereiro 24

Óculos escuros

Toda vez, que a ti ponho sobre
o nariz, sobre a boca ou sobre a
cabeça, tenho em mim, uma fuga,
sem sequerao menos que me esqueça, que fuja.
Toda vez, que venho a ti ou o vejo
de longe, tento não me conter a toda
vez abstrair pensamentos longos de
estilos que não para mim se fazem fonte.
Toda vez, que vejo o escuro, não tão
claro, nem tão óbvio, detenho-me de
ver o que todos vêem, para singular
ser o meu olhar.
Toda, mas toda vez. Que por ti enxergo,
me enxergo também, nesse ver dos outros
que nunca cessa. E a cada olhar, cada
ponto de relevância, se descobre cada
vez mais no outro, um pouco se si.

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