terça-feira, fevereiro 26

Névoa

Por onde guiei meus passos
não havia trégua, não havia rastro.
Só a névoa que à cerca de mim me
engolia, me tomava tempo e espaço.

Nesse mar, onde finquei meus
dias passo horas a ver o infinito, o
inexistente que me acude em certos
momentos e me amedronta nos restantes.

Nada me é palpável, só a chuva que
me encontra às noites. O frio me
deixa triste e o vento as vezes tenta
me deter de viver, a soprar sem cessar.

Embalo meus dias a esse barco, à mercê
dessa reclusão que as vezes me enlouquece.
Só enxergo o nada, e nada disso sequer me
acontece. Penso estar morto e não saiba,
de tudo que a vida já me levou, só me resta
este barco, a névoa, o mar o vento..
e o pouco, pouco de mim que sobrou.

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