terça-feira, fevereiro 12

Íntimo

Não tente me achar nas ruas,
nos quadros ou nos corações.
Sou aquilo que não lhe aparece,
aquilo que não se escuta e nem se vê.
Mas se sente, como se sente.

Não tente me despir com palavras
bonitas, flores intensas ou amores de
verão, sou aquilo que longe de ti está
sem ao menos sequer sair de tuas mãos.

Não venha me procurar, me escondo
onde não residem pessoas, não existem
afagos. Sombra à tuas perguntas e as
respostas mais sutis.

Não tente descobrir, qual o meu
mistério qual o meu objetivo, pois
nunca irá desborir. Sou aquilo que
te aflige, que te aguça e que te prende,
por palavras que não podem ser ditas.

Não tente, por mais que sejas forte.
Me deter quando apareço, me reter
quando emudeçoe me envolver quando
desejo eclodir.Sou aquilo que não te
cabes julgamento,o próprio julgamento
sou de ti.

Por fim, não me tente, nem me descubra
não me procure pois apareço dentro
de ti, a cada instante. Não venha me despir,
pois minha nudez é eminente, pura e ativa,
ativa no peito daquele que ama, seu íntimo.

Um comentário:

Chicchan disse...

Jamile
Que incandescência, que fluorescência feminina lunar tão ativa...sinto o ciclo sinódico dos astros, até mesmo de suas forças atrativas e repulsivas.....voce eh muito especial
encantado por ter voce a meu eselho vital
um grande abraco de luz