quarta-feira, fevereiro 20

Coração que ouve, que vê.

Será que é pra mim?
Tudo aquilo que sonhou,
tudo aqui que pensou
se era por amor, por alguém
alguém que não se sabe
quem. Alguém que não tem
nome, idade ou sexo, não tem
eira nem beira. Não existe.
Quem sabe me chamaria ninguém?

Será que é por mim?
Que guarda a paixão, que nada
fala pra mim, mas que diz assim
sempre tolo, alegre e entusiasmado,
deveras o que tanto fala, não com
a boca ou cordas vocais, mas com
o instrumento e progenitor do
sentimento,deveras chamado coração.
Espero que sim, embora esteja calado.

Será que é por nós?
Que sonhas à noite, que espera
aos dias e que suspira as tardes.
Nem sempre alegre, por vezes,
até chateado, sabe-se lá por onde
ou por qual razão, motivo do zangado.
Será por mim que dizes tudo aquilo
antes de dormir?
Não sei, se a prece é atendida.. mas
que seja pra mim, só pra mim.

Será que é certo?
Pensar que é simplesmente sim,
e achar tudo que lhe diz sempre
que não. Vestígios do sim e do não,
valor, curiosidade e sermão.
Sermão do cérebro ao imprudente coração.
Coração cala-te! Não é pra você não.

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