quarta-feira, fevereiro 13

À margem, à deriva...à beira mar

Um casal, de loucos, de curiosos, novos amigos, novos amantes e novos amores.
Um casal, à beira mar onde se beijam, se ouvem e se falam. Contemplam a beleza do crepusculo,
regendo assim suas vidas à deriva. Regendo sua subta vontade de querer o outro, de querer a si mesmo a todo instante.
Areia, mar e vento, vento e brisa que lhes cobrem, maresia que os acolhe sentimento que os estranha, delírio. Sentados, sobre o horizonte à brilhar o mar a quebrar suas ondas e trazer
suas algas, parte de si que fica à beira. A tarde que se vai, as cores que mudam do laranja, vermelho e amarelo, agora fizeram-se azul, celeste, petroleo, ou até mesmo preto. Um deles, que fala, que ouve que diz sobre si mais sobre si, tudo sobre si. Segredos bem guardados, segredos recolhidos,experiências, livros, músicas, amores perdidos, amigos, família, arte, amor, sexo, divindade,saudade... uma vida compartilhada, perdida de saudade.
O outro deles, que ouve, que fala, que sente, quase treme ao falar, ao pensar, ao sentir-se parte.
Parte do outro, parte de sí mesmo, único. Agora, que fala sobre o que quer, o que gosta o que sente, se revela tão quanto queria. Mas um e outro, com o coração, mesmo coração que treme, mesmo coração que fala... sem ao menos dizer sequer uma palavra. Coração tolo, coração burro.. Agora, coração calado, recolhe-se a observar.
Sem mais, o céu fez-se expectador, de tantas vezes que foi visto, dessa vez se revelou. As estrelas, bombardeiam o mesmo tapete azul, lindo azul. Quando se dão conta, as horas se foram, o dia se foi.. só não se foi a vontade de permanecer à sós, à margem, à deriva.. à beira mar.

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