quarta-feira, fevereiro 13

Movimento da vida.

Ah, se agora as flores da Primavera
se foram.. como serão os dias?
Se o perfume não mais exala,
a cor exuberante nos olhos não vibra,
nem ao menos sua bela forma surpreende.

Ah, se o Verão só trouxe calor
àspero calor, que deturpa cores
acende paixões e inebria mentes.
Delinquente estação dos amores perdidos.

Ah, se o vento sopra astuto no Outono
a brisa acompanha o luar, delirante.
E as noites claras trazem estrelas
diversas, estrelas cadentes...
Carentes de atenção.

Ah, se enfim o Inverno chegou
trouxe a calmaria no peito que
estava afoito, energico e temente
por amor, fraco diligente das obras
do pensamento, tolo.


Ah, enfim... se toda parte e em toda estação se fez remota, possibilidade de entendimento. Não há destino que faça perceber reação. Fração da vida cotidiada, que se esvai entre os dedos..
Mente em rotação, translação à todo instante. Perdida mente de susurros ao dormir, planos ao dia e remorso ao recordar dos dias que se foram, tão irreais. Sobre o tempo dança a vida, que balança mas não cai, esperta sobre os tropeços e as pedras do caminho.
E sobre a vida, dançamos nós. Cambaleando por vezes, sambando por outras.. mas jamais, sem ao menos se movimentar.
Movimento da vida, da terra, estações que se formam dentro de nós.

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