sábado, fevereiro 9

Carta - Parte I

Minha querida,

Queria lhe dizer por meio desse papel amassado, esse mesmo papel amassado pelo qual tantas vezes tentei lhe escrever palavras simples, relatos da minha vida pacata e a imensidão da falta que o seu rosto me faz. A falta pela qual minha pele sente, meu corpo treme e minha alma chora.
Todos os dias algo me vem a mente e é sempre você que me traz o pensamento, por todas as formas que tentei, ali estava você, residindo nas mais distintas formas.
Fosse o vento que me abraça, a rua que deixou de ser alegre, fossem os blocos de carnaval ou o sol que brilhava somente pra ti, o céu que sempre em um tom azul claro lhe amava em segredo ou as estrelas que sempre por ti olhavam, lá estava sua sombra a me perseguir.
Tentei por vezes esquecer nossas noites, nossos dias e o teu perfume, ahh o teu perfume. E de tanto lembrar de esquecer, finquei meu coração ao deserto, nada mais é um oasis no qual irei acabar com minha infinita sede, sede de amar.
Se cada abraço teu fosse um conforto, acho que dele é que mais sinto falta. Agora estou desacertado, o frio cobre meu corpo e rasga meus lábios. As noites em teu peito eram minha salvação, onde teu calor recobria minha angustia e teu susurro o meu pesar.
Os lençol não mais cobre tua silhueta, tão minha. Assim que lembro da ternuna e do amor, amor forte, amor dissimulado, amor que desespera, que machuca, que dói, dói tanto. Mas aqui permaneço, cada vez mais querendo cutucar a ferida, lembrar-me do teu amor, do nosso amor.
Se tua forma de fazer amor me inebriou, me corrompeu e me afastou, de mim. Agora ser quem era ou me tornar quem sou, já não existe mais. Só reside o suspiro, dialeto e as bochechas.
Te digo minha querida, minha pequena, meu amor, jamais esqueço de recordar de nós. Tudo que lhe peço é só o teu olhar, aquele mesmo que me amou discretamente, que fingia não me acertar mas que me fincou bem no peito, sem ao menos poder me defender. Tudo que almejo, minha querida, é tua forma mais simples de me jurar saudade, de me trazer a paz de me falar sob teus dias, assim mesmo à finco de muitos quilômetros.
Tudo que, assim lhe quero meu bem, é só... só você. Sempre minha... e eu sempre teu.
Assim de tu e de mim, de você e de eu, de nós e deles assim só nosso, eterno e as vezes discreto, tímido, sussuro amor que se vai... por dias.. quilômetros apenas, recordação.

Um beijo...

Nenhum comentário: